História da Igreja Tabernáculo da Fé

Pr. Joaquim Gonçalves Silva

Um verdadeiro Ministério nunca resulta de um sistema organizacional criado por homens, que prepara e credencia ministérios, mas é construído sobre o fundamento da revelação dada pelo próprio Deus. Quando falamos de Ministério não falamos propriamente do homem, embora seja difícil de separá-los; é algo tão grande e ao mesmo tempo tão simples que somente pessoas simples podem crer nele. Deus sempre se escondeu em simplicidade. Quando Jesus veio, seu nascimento se deu em um dos lugares mais baixos da terra: um estábulo. Aquele era Emanuel, Deus se fazendo carne entre nós. Se fez tão simples que grandes eruditos daquela época não O puderam ver. E foi assim em todas as eras. Deus sempre usa homens simples e que creiam incondicionalmente em Sua Palavra, que tenham amor e compaixão pelas almas. E para o Ministério “Fé Para Vencer” não foi diferente, Deus preordenou um homem chamado Joaquim Gonçalves Silva que nunca buscou uma auto vindicação, a não ser a sua devoção, amor e fidelidade à Palavra de Deus.

A esquerda, Pr. Joaquim Gonçalves com 1 ano e sua irmã Francelina com 3 anos de idade. A direita, o Sr. Joaquim Gonçalves Silva, pai do Pr. Joaquim Gonçalves

O Pr. Joaquim Gonçalves nasceu em Trindade - GO, no dia 13 de abril de 1936, recebendo o mesmo nome de seu pai, que faleceu aos 52 anos vítima de um ataque cardíaco fulminante, deixando grávida sua esposa, Maria Flora da Silva, com apenas 23 anos.

Pr. Joaquim Gonçalves com sua mãe Maria Flora, sua irmã Francelina e seus avós maternos.

Ele cresceu levando consigo o testemunho de milagres alcançados pela oração de duas mulheres: sua mãe e sua avó Ana, que liam diariamente a Bíblia ao lume de uma lamparina.

Aos 8 anos de idade, quase morrendo com falta de ar, disse à sua mãe: “Mamãe, eu não quero morrer, pois eu quero ser como o Reverendo Cavalcante.” Em oração, sua mãe rogou a Deus que se essa fosse Sua vontade, que curasse seu filho, mas se não fosse, que o levasse. Quase na mesma hora da oração de sua mãe, Deus o libertou daquela condição.

Joaquim Gonçalves Silva aos 15 anos de idade.

E assim, crescia aquele garoto sob os melhores auspícios de uma mãe piedosa e vigilante quanto às coisas espirituais, e que sabia não só implantar, mas cobrava dos filhos o temor e a reverência para com as coisas de Deus. Mas, foi exatamente quando ele tinha essa idade que Maria Flora Silva enfrentou uma das fases mais difíceis de sua vida. O filho adolescente parecia escapar-lhe das mãos. A exemplo do pai do filho pródigo, ela sentiu a dor de ver seu filho dar “adeus” à Palavra e embrenhar-se no mundo.

Aos vinte um anos, ele continuava tentando fugir de Deus. Para Maria Flora, sua mãe, era como se ela houvesse perdido a batalha. E suas orações, seu rigor, seu empenho e toda sua renúncia, não valessem nada. Mas a despeito de tudo isso, ela permanecia firme, “grudada” em sua Bíblia, crendo, como Abraão, que Deus poderia trazer seu filho de volta.

Francelina Gonçalves, irmã do Pr. Joaquim Gonçalves, quando jovem.

Nessa época, a irmã Maria Flora, se consolava com a filha companheira, Francelina Gonçalves, que sempre esteve ao lado de sua mãe e que lhe ajudava a carregar o fardo de dores, já que o filho se distanciara da Palavra.

Pr. Joaquim Gonçalves Silva com sua primeira esposa, irmã Neuza Xavier de Paula em foto dedicada à sua mãe, em 1957. Ela faleceu em 04 de julho de 2013, deixando seu filho Ricardo Gonçalves.

Ainda distanciado da Palavra, o jovem Joaquim Gonçalves se casou com Neuza Xavier de Paula, e foi morar em Brasília, onde passou a trabalhar em um órgão público e foi então quando Deus começou a tratar com ele em seu coração, ouvindo as intercessões de sua mãe. Foi batizado em Taguatinga-DF em 12 de maio de 1963.

Maria Flora, sua mãe, partiu em 1962 aos 52 anos de idade., mas não antes de ver isso acontecer.

Ao se despedir de sua mãe aqui, em Goiânia, numa certa ocasião, como de costume, fizeram o culto doméstico. O Pr. Joaquim Gonçalves pegando uma Bíblia nova, aleatoriamente a abriu e leu Josué 1:

“E sucedeu depois da morte de Moisés, servo do Senhor, que o Senhor falou a Josué, filho de Num, servo de Moisés, dizendo: Moisés, meu servo, é morto; levanta-te pois agora, passa este Jordão, tu e todo este povo, à terra que eu dou aos filhos de Israel. Todo o lugar que pisar a planta do vosso pé vo-lo tenho dado, como eu disse a Moisés.

Desde o deserto e desde este Líbano, até ao grande rio, o rio Eufrates, toda a terra dos heteus, e até o grande mar para o poente do sol, será o vosso termo.

Nenhum se susterá diante de ti, todos os dias da tua vida. Como fui com Moisés, assim serei contigo; não te deixarei nem te desampararei.

Esforça-te, e tem bom ânimo, porque tu farás a este povo herdar a terra que jurei a seus pais lhes daria.

Tão somente esforça-te e tem mui bom ânimo, para teres o cuidado de fazer conforme a toda a lei que meu servo Moisés te ordenou; dela não te desvies, nem para a direita nem para a esquerda, para que prudentemente te conduzas por onde quer que andares.

Não se aparte da tua boca o livro desta lei, antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme a tudo quanto nele está escrito; porque então farás prosperar o teu caminho, e então prudentemente te conduzirás.

Não tu mandei eu? Esforça-te, e tem bom ânimo; não pasmes, nem te espantes; porque o Senhor teu Deus é contigo, por onde quer que andares.”

Ao terminar a leitura, sua mãe apontando para ele o seu dedo indicador, disse: “Isso é para você.” Ele então se despediu e foi a última vez que a viu, pois daí a alguns dias ela partiria para o Senhor. Mas essa escritura continuou sendo uma alavanca para ele em seu ministério.

Ir. Wálmoro Silva companheiro do Pr. Joaquim Gonçalves no início de seu ministério.

Depois de aceitar o convite do irmão Wálmoro Silva para ir a um culto na Igreja Cristã Evangélica em Goiânia, atendeu o apelo do pastor e ali sua vida deu uma “guinada”.

De repente, aquele jovem que até a pouco tempo atrás estava destroçando o coração de sua mãe, agora, tocado por Deus se converteu, voltando à Palavra. Foi então batizado na Igreja Cristã Evangélica de Taguatinga, pelo Rev. Gerson Ribeiro do Prado, em 12 de maio de 1963.

Deus continuava tratando de maneira sobrenatural com aquele jovem. Dirigindo, ele fazia da cabina do caminhão, um lugar de experiências com Deus. E foram muitas as suas experiências. Ali ele “comeu” a Bíblia e Deus o apertava cada vez mais, colocando em seu coração o desejo de pregar o Evangelho. Inúmeras vezes dirigia pregando como se estivesse frente a uma grande multidão. Ali estava um homem transformado pelo poder de Deus.

Igreja Batista Alvorada de Taguatinga - DF

Em 26 de abril de 1964, Joaquim Gonçalves Silva pediu o seu desligamento do rol de membros da Igreja Cristã Evangélica. Até então ele estava como que “desnorteado”, caminhando em busca de um “lugar onde se ancorar”. A convite do irmão Juraci Cardoso, hoje pastor, foi para a Igreja Batista Alvorada de Taguatinga - DF, onde foi consagrado a evangelista e ali permaneceu por 3 anos..

Praça da feira em Taguatinga - DF

Em 11 de março de 1967, desligou-se da Igreja Batista Alvorada onde fora consagrado como evangelista. Continuou a pregar nessa praça da feira, na porta do Mercado Norte, na cidade de Taguatinga - DF. Com uma modesta aparelhagem de som, mas com muito critério e disciplina, ele pregava na feira livre que acontecia naquela praça. Quem por lá passou, pôde ouvir aquele jovem pregando o Evangelho sob a unção do Espírito Santo.

Igreja Evangélica “Avivamento Bíblico” de Taguatinga – DF

Foi então convidado e assumiu a Igreja Evangélica “Avivamento Bíblico” de Taguatinga - DF.

Após várias experiências com Deus em Taguatinga - DF, passando por essas igrejas, pregações em praça pública e estando na Igreja Evangélica “Avivamento Bíblico”, foi consagrado a presbítero no dia 30 de julho de 1967.

Ilustração do sonho que o Pr. Joaquim Gonçalves teve em Brasília - DF

Em 1967, quando ainda morava em Brasília, teve um sonho no qual sobrevoava Goiânia e via um grande poste espargindo luz em forma de pétalas que se estendiam por toda a nação. Não hesitou. Veio para Goiânia e com o dinheiro da venda da modesta casa que tinha em Brasília, colocou na Rádio Jornal de Goiás o programa “Fé Para Vencer”. Aliás, a fé era o seu único respaldo, pois além daqueles “trocados”, não contava com nenhum outro apoio, senão o da chamada que recebera de Deus.

No dia 13 de abril de 1968 foi consagrado a pastor, sendo ungido pelos pastores Alídio Flora Agostinho e Mário Roberto Lindstrom, na Igreja Evangélica “Avivamento Bíblico” em São Caetano - SP.

Com o dinheiro da venda de sua única casa que ele tinha em Brasília - DF e um nome inspirado por Deus, o pastor Joaquim Gonçalves Silva estreou o Programa “Fé Para Vencer” na Rádio Jornal às 18h30, no dia 27 de dezembro de 1967.

Mercado Municipal de Goiânia em 1968. (hoje Pathenon Center)

Sem estar unido a nenhuma igreja, começou a pregar na porta do Mercado Municipal de Goiânia-GO no início de 1968, tendo a escritura de Hebreus 13:8 como tema: “Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e eternamente”. Realizava ali uma grande obra de cura divina e libertação dos oprimidos pelo diabo. Com uma obra não inventada e nem criada por um sistema clerical de homens, mas recebida direto de Deus, fazendo lembrar as palavras do apóstolo Paulo quando diz em Gálatas 1:12: “Porque não o recebi nem aprendi de homem algum, mas pela revelação de Jesus Cristo”, o Pr. Joaquim Gonçalves reuniu um considerável número de pessoas que após ouvi-lo na rua e pelo rádio, iam se achegando a ele, famintas pela Palavra. Ele logo sentiu necessidade de ter um local onde congregar as pessoas que já haviam se habituado a acompanhá-lo em seu trabalho evangelístico na calçada do Mercado Municipal.

Tudo pronto, agora era só reunir o povo. E no dia 18 de maio de 1968, foi realizado naquele local, o primeiro culto no lugar que o irmão Wálmoro Silva “batizara” com o nome de “Tabernáculo da Fé”, já com um bom número de pessoas presentes. Com uma voz que não só condenava o pecado, mas que libertava o pecador, e que não era outra senão a Voz do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, dentro de poucos meses o local já não comportava mais a multidão que era atraída pela pregação através do rádio e pelas notícias das maravilhas que Deus estava operando ali.

Agora, aquele grande movimento de cura divina e libertação foi real e verdadeiro e não tinha nada a ver com comércio de cura divina que vemos hoje. Pois ninguém que ali chegou que fora curado ou liberto, recebeu estas bênçãos sem que antes ouvisse a Palavra de Deus, pregada com amor, unção e severa admoestação.

Ali ninguém tinha que dar nada, mas apenas receber o que Deus estava oferecendo de graça.

Era algo que despertava os velhos crentes adormecidos e acomodados e estremecia os novos para uma vida realmente pautada na Palavra. Sua indignação contra o comodismo dos cristãos frios e formais era notória e assim, ele, Pr. Joaquim Gonçalves, não poupava palavras e nem garganta.

No dia 22 de julho de 1969, Pr. Joaquim Gonçalves passou a ter dois locais de cultos em Goiânia. O novo salão, situado na Av. 24 de outubro no bairro de Campinas, não comportou a multidão que compareceram na inauguração.

Esta concentração em praça pública no dia 27 de dezembro de 1969 chamou a atenção de todos. No dia seguinte, um jornal de grande tiragem da época, trouxe como manchete: “FÉ PARA VENCER ATÉ DEBAIXO D'AGUA”, pois chovia e nem a chuva fez com que as pessoas se dispersassem. Havia passado apenas dois anos desde que começara a pregar em Goiânia e já uma multidão atendia às suas convocações.

Foram realizadas várias concentrações em praça pública, onde o Evangelho era pregado e o Pr. Joaquim Gonçalves orava pelos enfermos. A multidão era cada vez maior. Realmente algo diferente acontecia em Goiânia.

O Rio João Leite em Goiânia, foi cenário para acontecimentos como este que chamou até mesmo a atenção da imprensa local que chegou a publicar na época, ser esse o batismo com maior número de batizandos que se tinha notícia até então. Centenas de pessoas foram batizadas nos títulos: Pai, Filho e Espírito Santo em fevereiro de 1970.

Ir. Joaquim Rodrigues e Pr. Joaquim Gonçalves

Aos 17 anos de idade, irmão Joaquim Rodrigues, já havia se posicionado ao lado da Palavra. E aí o vemos testificando às margens do rio João Leite, após ser batizado.

Irmãs Vera Lúcia Gama com o acordeon e as Irmãs Anazir ao centro

Às margens do rio, elas cooperam com aquele grande acontecimento.

Mocidade “Fé Para Vencer” na porta do Tabernáculo da Fé da Av. Goiás

Aos domingos, quando a Escola Dominical começava às 9:00hs da manhã, os jovens já estavam voltando das feiras livres, onde pregavam e convidavam o povo para assistir as reuniões no Tabernáculo da Fé na Av. Goiás. Divididos em cinco grupos de jovens, cada grupo ia a um lugar diferente do outro e depois, quando voltavam, se encontravam na porta da igreja e entravam cantando e promovendo um tremendo e emocionante louvor na igreja. E muitas foram as pessoas que foram levadas ao Tabernáculo da Fé através daquele trabalho da mocidade.

A igreja reflete o espírito do pastor. Impulsionados pelo Espírito Santo, esses jovens faziam tudo que podiam para alcançar as almas, pregando em locais públicos, enquanto Deus se encarregava de tocar nos corações dos ouvintes. Centenas de jovens participavam ativamente do trabalho de evangelização. Goiânia presenciou um movimento estranho e único. Os quatro cantos da cidade viram jovens uniformizados, pregando em praças públicas, nas feiras livres, nas cadeias, nos parques e por todas as partes.

Em 1970, o trabalho desempenhado pela mocidade, não era algo que podia passar desapercebido, pois a disposição daqueles jovens e o ardor com que se entregavam ao evangelismo, sempre assistidos pelo Pr. Joaquim Gonçalves, chamava a atenção da cidade.

Três anos após o primeiro culto, o Tabernáculo da Fé já havia se estendido por toda a área disponível do terreno, que não era pequeno. Foi feita uma cobertura rústica sobre o terreno de chão batido. Era tudo muito simples, mas não há como explicar o que fez Deus ali. Foi algo real. E embora acontecessem muitos milagres, o maior atrativo que fazia com que aquele lugar ficasse abarrotado, era a Palavra pregada na incontestável unção do Espírito Santo. A maioria das pessoas assistia às reuniões de pé, pois não havia espaço nem bancos para que todos se acomodassem.

O lugar era muito simples, o povo também, o pregador um homem comum, mas a unção era incontestavelmente celestial, e a cada dia o Senhor acrescentava àquela congregação aqueles que haviam de receber a revelação da Palavra.

Os cultos eram realizados diariamente, os enfermos eram curados e a fé crescia no coração das pessoas, pois a Palavra ali pregada se encaixava perfeitamente no vazio das almas sedentas.

Após o batismo de dezenas de pessoas, na chácara da irmã Nadir ainda nos títulos, em setembro de 1971, uma profecia em língua estranha foi dada ao diácono Ir. Juca e interpretada pelo Pr. Joaquim Gonçalves, e dizia que Deus iria abalar a nação através daqueles jovens, e prometia enchê-los do poder do Espírito Santo.

1971, como os demais, foi um ano de muito trabalho. Pr. Joaquim Gonçalves era incansável e estava à frente de todos os acontecimentos da igreja que crescia mais e mais a cada dia. Pregava ao vivo diariamente em duas emissoras de rádio e nos cultos que aconteciam diariamente no Tabernáculo da Fé. Certo dia ganhou alguns livretes e os guardou dentro de um pequeno móvel de uma velha radiola e posteriormente dentro de um cofre de seu escritório. Tratava-se de alguns livretes que compõem as “Sete Eras da Igreja” pregadas pelo profeta William Marrion Branham em Jeffersonville – Indiana - Estados Unidos, e o livrete “O Profeta do Século XX”, traduzidos pelo missionário americano, Archie Russel Martins, que residia no Brasil. Ali aqueles livros permaneceram por vários meses, sem que ninguém os lesse. Mas, certa manhã de outubro de 1971, depois de passar uma noite em claro por uma decepção sofrida numa reunião do Conselho de Ministros de Goiânia, para a qual havia sido convidado, o Pr. Joaquim Gonçalves foi à Rádio Anhanguera e, ao vivo, pregou uma das mais poderosas mensagens de sua vida, sob o tema: “Sai dela povo meu”, e chegando ao seu escritório disse à sua secretária, Irmã Martemes Cravo da Silva: “Deus me mandou ler aqueles livros que estão guardados no cofre.”

Pr. Joaquim Gonçalves ao ser batizado no nome do Senhor Jesus Cristo em novembro de 1971.

Então, apanhando aqueles livretes, o Pr. Joaquim Gonçalves se recluiu no modesto estúdio de gravações que tinha montado, e ao ler o livrete: “O Profeta do XX”, como não poderia deixar de ocorrer com uma semente eleita, com a alegria de quem achou algo precioso que buscava, ele exclamou: “Se ninguém quiser me acompanhar, com a Mensagem deste profeta, eu volto sozinho para a porta do mercado e começo tudo de novo”.

Mas ele não voltaria e muito menos sozinho, pois a obra era de Deus, e Deus sabia o que estava fazendo quando reuniu ali aquela gente. E a semente predestinada de Deus rejubila quando sobre ela, como água, cai a revelação da Palavra de Deus. E foi exatamente o que aconteceu ali. O Pr. Joaquim Gonçalves foi então batizado conforme Atos 2:38, e alguns dias depois, quase duas mil pessoas, as mesmas que outrora haviam sido batizadas nos títulos: Pai, Filho e Espírito Santo, foram agora também batizadas em Nome do Senhor Jesus Cristo.

Ir. Joaquim Rodrigues auxiliando o Pr. Joaquim Gonçalves no Programa “Fé Para Vencer”

A mensagem do profeta precursor da 2ª vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo, William Marrion Branham, simplesmente incendiou o coração do Pr. Joaquim Gonçalves. E ele então teve pressa e não titubeou em empregar todos os seus esforços para repassar a outros a mensagem que ardia dentro de si.

Em dezembro de 1971, ele colocou o Programa “Fé Para Vencer” na Rádio Universo de Curitiba-PR, que até então era uma emissora de alcance nacional que conseguia atrair atenção dos evangélicos. Levando a Mensagem do profeta William Marrion Branham para todo o Brasil, causou um verdadeiro distúrbio religioso nas igrejas. Com a Mensagem sendo pregada com grande poder através da rádio, a resposta foi imediata. As denominações por toda a nação em coro, gritavam: “Não ouçam esse programa”. “Essa doutrina é herege”. Mas essa proibição surtia efeito contrário. E de todas as partes do país, as pessoas escreviam querendo esclarecimentos e como resposta recebiam livretes de mensagens de William Branham. E muitas pessoas, ao serem reveladas através da mensagem ouvida, escreviam manifestando o desejo de serem batizadas no Nome de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Evang. Joaquim Rodrigues batizando no mar em Laguna - SC

E assim, em fevereiro de 1972, partia, em atendimento a essas chamadas, a primeira caravana de obreiros composta pelo Evang. Joaquim Rodrigues e dois diáconos para realizar esses batismos que muitas vezes aconteciam à noite, às escondidas, porque muitos procuravam fugir da pressão que lhes era imposta por líderes religiosos que consideravam essa, uma “heresia”.

Evang. Joaquim Rodrigues batizando em Guariba - SP

Após esta primeira caravana missionária, outros jovens evangelistas, influenciados pelo espírito missionário que estava no Pr. Joaquim Gonçalves, que não media esforços para sustentar o evangelismo, também colocaram suas mochilas nas costas, e foram enviados a diversas regiões do Brasil, levando a mensagem do profeta de Deus e batizando aqueles que se posicionavam ao lado da mesma.

Evangelistas: Febrônio Rodrigues Neto, Iracy Pedro Antônio, Jonas Felício Pimentel, Adil de Souza Sena, Wanderley Pereira Lemos, Weber Cordeiro e muitos outros trabalharam com muito afã e paixão. Ora de ônibus, ora a pé, a cavalo, e outros meios de transporte, sofrendo perigos, enfrentando barreiras, principalmente as denominacionais, viram milagres acontecer, e voltavam sempre muito regozijantes ao verem a Palavra sendo plantada e dando frutos imediatos. Apelidados de “os meninos do Joaquim”, eles abalaram trincheiras, arrebentaram barreiras, venceram obstáculos e fizeram uma obra que até hoje frutifica, confirmando assim que era Deus Quem estava trabalhando através deles.

Evang. Jonas Felício Pimentel em viagem missionária a Guiratinga - MT

Após esta primeira caravana missionária, outros jovens evangelistas, influenciados pelo espírito missionário que estava no Pr. Joaquim Gonçalves, que não media esforços para sustentar o evangelismo, também colocaram suas mochilas nas costas, e foram enviados a diversas regiões do Brasil, levando a mensagem do profeta de Deus e batizando aqueles que se posicionavam ao lado da mesma. Evangelistas: Febrônio Rodrigues Neto, Iracy Pedro Antônio, Jonas Felício Pimentel, Adil de Souza Sena, Wanderley Pereira Lemos, Weber Cordeiro e muitos outros trabalharam com muito afã e paixão. Ora de ônibus, ora a pé, a cavalo, e outros meios de transporte, sofrendo perigos, enfrentando barreiras, principalmente as denominacionais, viram milagres acontecer, e voltavam sempre muito regozijantes ao verem a Palavra sendo plantada e dando frutos imediatos.

Publicação do Jornal Cinco de Março de 14 a 20 de Agosto de 1972

Apelidados pelos inimigos da Mensagem de “os meninos do Joaquim” eles abalaram trincheiras e fizeram uma obra que até hoje frutifica, confirmando assim que era Deus quem estava trabalhando através deles. A perseguição ao seu ministério se destacou, nessa época, com muitas acusações irresponsáveis que foram divulgadas no meio evangélico, dizendo que o Pr. Joaquim Gonçalves influenciava os jovens a saírem da escola e que pregava doutrinas hereges. Quando o AI-5, na Ditadura Militar, restringiu a liberdade de expressão, chegou ao ponto de alguém denunciá-lo na justiça federal. Diante dessas falsas acusações, ele foi levado ao interrogatório de onde muitos desapareciam misteriosamente. Depois de responder item por item usando a Bíblia, pela graça de Deus, foi libertado.

Pr. Joaquim Gonçalves lendo a mensagem do profeta à igreja em 1977

Milhares de cartas nos chegaram em resposta à mensagem ouvida através das emissoras de rádio. E cada pessoa que nos escrevia, recebia em sua casa os livretes com as mensagens do profeta que eram enviadas gratuitamente. A princípio iam em forma de apostilas, pois as imprimíamos em um mimeógrafo a tinta. Passado algum tempo, começamos a imprimi-las em forma de livretes. Mas a simplicidade com que eram impressas nunca diminuiu o poder do conteúdo, que fazia com que pessoas viessem de todas as partes do país para ver de perto o que Deus estava realizando aqui. E tudo que encontravam era uma cobertura sobre um terreno de chão batido e uma multidão ouvindo a um homem pregando noite e dia, e a Palavra sendo revelada, penetrando no coração das pessoas e arrancando-as do tradicional sistema denominacional

E quando muitos profetizavam o fim do Tabernáculo da Fé com sua doutrina “herege”, mais e mais crescia a igreja, chegando ao ponto de não comportar fisicamente o grande número de pessoas.

A Igreja continuou na Av. Goiás, 1385 até o ano de 1977.

Sofríamos uma superlotação no velho Tabernáculo da Avenida Goiás. Não havia lugares suficientes para a acomodação das pessoas. Foi então quando Deus nos deu um terreno onde foi construída a sede própria do Tabernáculo da Fé na Rua Senador Jaime, 1337 – Vila Abajá no Bairro de Campinas. Era uma construção simples, sem aparência, mas ali muitos e verdadeiros milagres aconteceram.

Em sua inauguração em 29 de setembro de 1973 esteve presente o missionário Archie Russel Martins.

Como as traduções feitas pelo missionário Archie Russel Martins não eram muitas, o Pr. Joaquim Gonçalves deu continuidade a esse trabalho ainda na Av. Goiás onde as mensagens eram impressas na forma de apostilas. Mas o trabalho se intensificou na nova sede, com uma gráfica equipada, imprimindo milhares de livretos, enviados a todo o Brasil.

Ir. Ricardo Gonçalves, filho do Pr. Joaquim Gonçalves, traduzindo as Mensagens do inglês.

Logo, seu filho Ricardo Gonçalves aperfeiçoou seu inglês e, juntamente com a irmã Martemes, com grande dedicação e zelo, faziam as traduções. As mensagens que antes eram impressas em um mimeógrafo, agora eram impressas em forma de livretes. A partir de 1974, o irmão Joaquim Rodrigues, juntamente com a irmã Vera Lúcia Gama e a irmã Amujacir Cravo, trabalharam no serviço de impressão de milhares de mensagens.

Ira. Vera Lúcia Gama trabalho na impressão de livretos.

Além disso, durante anos, milhares de pessoas foram beneficiadas com as gravações de cultos feitas por elas em fitas cassete que eram duplicadas, atendendo pedidos de todo o Brasil.

Ira. Amujacir Cravo trabalhando na duplicação de fitas cassetes. Ela faleceu dia 02 de novembro de 2004 com 47 anos.

Nesse local foram gravadas muitas das pregações do Pr. Joaquim Gonçalves.

Tabernáculo da Fé na Rua Senador Jaime, 1337 - Campinas - Goiânia - GO

Embora pequena, a sede dispunha de átrios equipados com áudio e vídeo, de escritórios, estúdios de gravação, gráfica, cozinha, banheiros, berçário e dormitórios. Com passar dos anos, a equipe de funcionários cresceu para atender a grande demanda, tanto de duplicação de fitas enviadas a todo Brasil, como da alimentação dada aos irmãos gratuitamente (que era a principal satisfação do Pr. Joaquim Gonçalves: ver o povo comendo juntos), limpeza e a assistência social. Vários voluntários foram necessários para ajudar nos cultos, tanto no diaconato, cozinha, estúdios e música.

2002

Mesmo passando por reformas e tornando em santuário os átrios não era suficiente para comportar a multidão. Foi então quando Deus proveu um caminho, nos deu uma área bem maior onde foi construído o novo Tabernáculo. A igreja permaneceu na Rua Senador Jaime por 30 anos, traduzindo as mensagens do profeta e enviando pregações à diversos países em Cassetes, VHS, CD´s e DVD´s.

Em abril de 2007 o Tabernáculo da Fé mudou-se para sua nova sede, na Av. Castelo Branco. Com um maior espaço, acomoda quase 2.000 pessoas sentadas. O santuário ainda se viu pequeno pela quantidade de pessoas nos encontros nacionais de pastores, sendo necessário a instalação de tendas do lado de fora. O Tabernáculo foi totalmente projetado com estúdios de áudio e vídeo, escritório pastoral e administração, salas para ensaio e reuniões de diáconos e evangelistas, gráfica, alojamentos e uma cozinha que durante anos atende milhares de pessoas, com refeições aos domingos e em vários eventos.

Nascida em 21 de novembro de 1943, Irmã Martemes Cravo, a primogênita de uma família de cinco irmãos, iniciou uma jornada de vida notável. Aos 24 anos, ela tomou a decisão de se mudar para Goiânia, onde sua trajetória espiritual encontraria um novo rumo.

Foi através do programa radiofônico “Fé Para Vencer” em 1968 que o destino a levou a conhecer ao Pr. Joaquim Gonçalves Silva. Contudo, o momento mais significativo ocorreu em 6 de julho daquele mesmo ano, durante um culto no Tabernáculo da Av. Goiás, foi quando aquele jovem pregador apontou o dedo em sua direção e proclamou: “Moça, Deus deseja te abençoar”. Interpretando isso como um chamado divino, ela deixou sua carreira como professora para se dedicar integralmente a este ministério.

Por cerca de 50 anos, ela desempenhou o serviço de secretária e auxiliou na tradução das Mensagens do profeta. Seu comprometimento incansável e devoção exemplar foram reconhecidos por todos que a acompanharam em sua jornada espiritual.

Partiu para o Senhor em 30 de julho de 2021, deixando um legado de fé e dedicação que continuará a inspirar muitos.

O Pr. Joaquim Gonçalves sempre foi um homem simples. Nunca procurou riquezas e nem auto vindicação, mas somente a devoção, o amor e a fidelidade à Palavra de Deus. Sempre creu que seu ministério foi vindicado diretamente por Deus. Nunca abandonou essa Espada que ele empunhou em 1963 em Brasília e com a qual sempre lutou durante todos esses 58 anos, dos quais 50 foram dedicados a pregar a mensagem do profeta de Deus, William Marrion Branham.

O ministério “Fé Para Vencer”, nunca foi baseado sobre homem algum, mas sim conforme o profeta nos revela em Mateus 16:18, que a verdadeira igreja é construída sobre a Revelação de Jesus Cristo. Foi isso que o Pr. Joaquim Gonçalves nos ensinou durante toda a sua vida. Ele faleceu dia 02 de agosto de 2021 aos 85 anos, deixando viúva a irmã Janainna e seu filho Calebe.

Nascido na zona rural em Goiândira, Goiás, em 16 de junho de 1952, onde viveu até seus 15 anos de idade, o Pastor Jonas Felício Pimentel teve sua vida pautada desde cedo pela fé e pela diversidade religiosa. Filho de Maria Pimentel dos Santos, presbiteriana e seu pai João Felício dos Santos, católico, que por influência de sua esposa, também se converteu a fé presbiteriana, seu destino foi traçado por uma promessa feita por seu pai quando tinha apenas seis anos: assim que aprendesse a ler, ganharia uma Bíblia e seria enviado ao seminário para se tornar um reverendo.

Aos dez anos, ao invés de abraçar os caminhos divinos, desviou-se. No entanto, a intervenção de Deus foi evidente aos dezesseis anos, quando, em novembro de 1968, seu caminho cruzou com o Tabernáculo da Fé da Avenida Goiás, no Centro de Goiânia. Este encontro divino marcou o início de uma jornada de fé e serviço.

Em 20 de setembro de 1972, casou-se com a irmã Janaí Ribeiro Pimentel, e juntos, construíram uma família de seis filhos. Nessa época, foi enviado a cidade de Jussara, Goiás onde começaria sua missão pastoral. Pastoreou também diversas cidades no estado do Mato Grosso: Barra do Garças, Nova Xavantina, Gleba Banco Safra, Canarana, Água Boa, Recanto dos Goianos, município de Gaúcha do Norte e no estado de Goiás as cidades de Iporá, São Luiz de Montes Belos, Diorama, Fazenda Nova e Cachoeira de Goiás. Atendeu também por 3 anos a cidade de Manaus – AM e todo o estado de Rondônia, percorrendo o trajeto muitas vezes de forma simples, seja com sua lambreta em Barra do Garças e Jussara ou de ônibus e caronas em outras localidades.

Em abril de 2004, começou uma nova fase ao lado do Pastor Joaquim Gonçalves, ajudando no Recanto da Fé e posteriormente auxiliando a administração do local por 17 anos. Durante esse período, pastoreou três igrejas e realizou viagens missionárias à África, nos países de Moçambique e Angola, enviado pelo Pastor Joaquim Gonçalves Silva.

O ano de 2021 se destacou como um ponto crucial nessa jornada. O convite para estar ao lado do Pastor Joaquim Gonçalves em Goiânia representou não apenas uma mudança geográfica, mas também um novo capítulo de responsabilidade e desafio. Estando o pastor Joaquim Gonçalves juntamente com o pastor Jonas no Recanto da Fé, ele expressou o desejo de vê-lo assumir a igreja de Goiânia em caso de sua falta. E em 02 agosto daquele mesmo ano, veio a notícia do falecimento do Pastor Joaquim Gonçalves.

Diante desse momento de dor e transição, seu nome foi indicado para concorrer à eleição como o novo pastor do Tabernáculo da Fé em Goiânia, foi um reconhecimento do seu comprometimento e capacidade de liderança. E no dia 29 de agosto de 2021, por uma maioria absoluta, foi eleito como o novo pastor da igreja.

Essa jornada é uma história de fé, serviço e fidelidade. De um início ao lado do Pastor Joaquim Gonçalves até a liderança do Tabernáculo da Fé em Goiânia, cada passo foi guiado pela convicção e pelo propósito de servir e honrar o legado daquele que o precedeu. Que este novo capítulo seja marcado pela continuidade da obra iniciada e pela inspiração de uma fé inabalável.